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AS VIÚVAS DE MOEMA - TEATRINHO

COMÉDIA DE MIGUEL ARCANJO TERRA

TRÊS ATOS
Personagens:
Glorinha
O Marido de Glorinha
Oito viúvas

 



Nove mulheres à mesa jogam cartas. O incenso fumega num canto da sala. Elas falam de maneira incompreensível. A ordem das palavras e das sílabas em cada frase vêm do fim para o começo, ao contrário. São bruxas a confabular, na imaginação do marido de Glorinha, que espia atrás da cortina

Malditas ONGS, malditos políticos demagogos, malditos publicitários e jornalistas! Todos transformaram maridos vivos como eu numa coisa de terceira. E eu já fui de primeira, meu velho, você sabe muito bem que eu fui de primeira.

Minha mulher? Ela é uma...Não...Como definir? Em preto e branco, eu diria que ela é uma Catherine Deneuve  de rosto, com fachada de Sofia Loren.


 

Primeiro Ato
(Cenário 1: O marido de Glorinha fala com um amigo ao celular. Nervoso, com gestos exagerados, ele vai e vem de um canto a outro da sala, sem parar de falar.)

--- Meu velho, não sei o que fazer!!!!!!!!
Desculpe as exclamações.

São exatamente oito exclamações diante de oito viúvas alegres, alegríssimas.
Hen? Como? Você me pergunta qual é o problema?
O problema, meu velho, é que essas más influências estão pervertendo minha mulher. Que mulher? A Glorinha, quem poderia ser!
(pausa)
--- Claro que a Glorinha não é viuva! Você sabe muito bem que ela só se casou uma vez e foi comigo. E se estou falando com você é porque ainda estou vivo. Mas, todas querem que eu morra e que minha mulher se junte a elas como a mais nova viúva da turma.
(pausa)

--- Não ria, não ria. Hen? O que foi que você disse? A Glorinha, na cotação do mercado, seria uma viúva semi-nova???. Ah, não, sem gozação, meu velho. A verdade é que estou apavorado. Sinto no ar uma conspiração contra mim. Querem me ver num caixão de defunto. Mortinho!

(Cenário 2: Nove mulheres à mesa jogam cartas. Uma delas é a Glorinha. O incenso fumega num canto da sala. Elas falam de maneira incompreensível. A ordem das palavras e das sílabas em cada frase vêm do fim para o começo, ao contrário. São bruxas a confabular, na imaginação do marido de Glorinha, que espia atrás da cortina. Fala uma das mulheres)
--- Avvi rehlum da dedacilife a é otrom odiram.
(Todas riem.)

(Marido de Glorinha, ao telefone, ainda atrás das cortinas)
--- Você ouviu, você ouviu? Ela acabou de dizer que marido morto é a felicidade de mulher viúva.
(As mulheres continuam a falar de modo estranho e a jogar)
--- Laveno da metno de lotupica o viu cevo?
--- emfo moc uotse!

--- mebmat ue!
--- azzip amu ridep lat ueq!!!
Todas comemoram
--- Abo! Abo!!!

(Cenário 1: Marido de Glorinha continua ao telefone)

--- Ai, me​u Deus, a morte é rija. Eu nunca vi nem soube de defunto mole! O que? O biláu??? Pelo amor de Deus... Que catso de amigo é você? Estou aqui na maior angústia e você fica fazendo gracinha??? Estou assustado, meu velho. E flores murchas me enjoam.
Maldito seja quem criou coroas de flores para defunto.
Maldito seja esse imbecil já devidamente falecido.
Não, não!
Não se trata de paranóia. Pare com isso! Estou na real, meu velho! Acabei de ouvir agorinha mesmo! Elas querem acabar comigo!
Sabe por que?
Eu sou o único, só eu, o único e último marido vivo. E isso atrapalha os planos em que incluem minha mulher. Para elas, marido morto é melhor. Devem ser planos rebolantes, mirabolantes, uma armação perfeita para grandes sacanagens, não importa se em Paris ou num Hotel Fazenda de Lindóia ou Piracicaba.
Não, não! Não pirei, não senhor! Estou perfeitamente lúcido e precavido como um marido ainda vivo.
Ai, meu Deus, não sei se ainda confio na Glorinha.

Eu sempre confiei mais na Glorinha quando confiava mais em mim.
Mas, comecei a me sentir inseguro quando inventaram essa faixa dos que só transam em terceira e se passarem para a quarta morrem.
Estou falando de terceira idade, meu velho!
(pausa)
Malditas ONGS, malditos políticos demagogos, malditos publicitários e jornalistas! Todos transformaram maridos vivos como eu numa coisa de terceira. E eu já fui de primeira, meu velho, você sabe muito bem que eu fui de primeira. Fui, não! Ainda sou! Mas quem é que acredita? Os de primeira como eu estão quase todos mortos por essa propaganda nojenta da Terceira Idade. E os que parecem vivos já morreram faz tempo nas filas dos supermercados. Viraram fantasmas do dia à caça das ofertas do dia.

O que? Imagina! Nunca! Não estou nessa, não estou nessa, não entro em fila preferencial. Mas, as malditas viúvas estão fazendo a cabeça de minha mulher de que sou tão descartável como um saquinho de supermercado. Mas, meu saco ainda é roxo e ecologiamente correto.
Sem os maridos, essas malditas viúvas descobriram que se a vida de casada era boa, a vida de viúva é melhor. Ah, claro! Descobriram tudo isso com a pensão ou herança que deixaram os falecidos. Agora, elas querem que eu morra! Já percebo em minha mulher um olhar assim de missa de sétimo dia.

(Volta Cenário 2: As nove mulheres conitinuam a jogar cartas e falar ao contrário, muito alegres)


Segundo Ato
(Cenário 1: O marido de Glorinha continua ao telefone, agitadíssimo)

--- Minha idade? Claro que você sabe minha idade! Ou você está com o mal de Alzeimer, meu velho?
(pausa)

--- Estou na faixa de idade do Gil, Caetano, Chico Buarque, Pelé, Zé Celso Martinez, Paulinho da Viola, Dominguinhos, Erasmo, Roberto Carlos, Djavan, Milton Nascimento, Mick Jagger, Rod Stewart, David Bowie, Ney Matogrosso...Hen, hen??? Quem foi que morreu???
(pausa)
--- Puta que pariu!
(pausa)
--- Minha mulher? Ela é uma...Não...Como definir? Em preto e branco, eu diria que ela é uma Catherine Deneuve  de rosto, com fachada de Sofia Loren.
Mas, as mulheres de nossa geração não entram na faixa dos descartáveis. Os homens, sim. Como um objeto. Homem-Objeto de Terceira... Terceira Idade, é isso mesmo!
Malditos publicitários que nos enfaixaram assim. Eu sou um enfaixado pela minha faixa etária. Você também.
Detesto jogo de palavras, você sabe disso, principalmente dos publicitários. Eles ficam brincando e enfaixando a gente pela idade: Prosperidade, Melhoridade, Fraternidade. Tudo tem idade, tudo imbecilidade, barbaridade que me faz sentir muitas vezes fora do meu destino de ser simplesmente gente, não uma espécie em extinção e protegida como um Mico-Leão Dourado, que é outro bom passatempo de publicitários desocupados.
(O marido de Glorinha grita exasperado)
--- Eu não sou um Mico-Leão Dourado!!! Eu não vou pagar o Mico!!!

(pausa)
--- Ah, então você acha que em Moema não existe mais ninguém assim como a gente??? Só altos executivos bem sucedidos? Mas, nós também não fomos altos executivos bem sucedidos? Claro que fomos. E são muitos no bairro assim como nós. Pode conferir: atrás de um cachorro sempre vem um ex-alto executivo bem sucedido. Mas, se atrás do cachorro vier uma mulher, sozinha, ah, pode ter certeza: é mais uma viúva alegre de um ex-alto executivo bem sucedido.

(Cenário 2: As nove mulheres continuam a falar palavras e frases ao contrário. As oito viúvas agora estão em volta de Glorinha, afagam seus cabelos, procuram animá-la e ela, sorrindo timidamente, balança a cabeça, fazendo que não. Fecha)

(Cenário 1: O marido de Glorinha continua ao telefone.)

--- Não é loucura minha, não. As viúvas de Moema estão soltas por aí. Onde? Meu Deus, você continua o alienadão de sempre, distraído das coisas e do mundo. Passe à tarde nos cafés de Moema, passe! Elas estarão à mesa em grupinhos de quatro ou cinco.
Como saber se elas são viúvas?
Pelo Botox.
Botox de viúva é diferente. Os olhos ficam mais arregalados e a boca deixa a impressão de que a mulher está assobiando baixinho.
Quer outra dica?
Algumas gostam de andar em Moema com dois cachorros: o dela e o do marido morto. É fácil descobrir qual é o do marido morto: é o cachorro mais triste.
Graças a Deus que eu não tenho cachorro, esse gostinho não vou dar à minha mulher quando ela ficar viúva.
Na verdade, essa conspiração das viúvas contra maridos vivos me assusta muito. As mulheres são mais solidárias que os homens e se duas ficam viúvas, a terceira começa a pensar e agir como se não existisse mais marido na sua vida e ele é simplesmente desprogramado no dia a dia e também nos sábados, domingos e feriados.
Meu velho, marido é uma das coisas mais obsoletas destes tempos. Principalmente marido de terceira... Terceira idade, meu velho! É do que estou falando. Não, não... Não me venha dizer que você é diferente só porque casou duas vezes. É muito pior o seu caso. Eu diria que é de alto risco.
Quantos anos tem sua mulher? Olha só! A metade de sua idade. Isso é risco em dobro, ai que medo. É viúva que nem precisa gastar sua pensão em botox e afins para se exibir à tarde nos cafés e no shopping, onde garanhões desocupados sempre circulam a exibir bíceps e bundas arredondadas por anabolizantes.
(pausa)
Não sei por que as mulheres admiram bundas de homem. Você sabe dizer por que? Fico perplexo e até complexado, porque na parte dos fundos eu sou um imenso vazio. Hen? Na parte da frente? Bem, aí eu diria que sou mais ou menos, mais pra menos do que pra mais. Quero dizer que não estou com essa bola toda.

Terceiro Ato
(Cenário 2: As nove mulheres --- as oito viúvas e Glorinha --- agora cantam em uníssono Explode Coração, uma composição de Gonzaguinha, mas com palavras e frases ao contrário, como a música de trás para a frente. Marido de Glória espia atrás da cortina).

Chega de tentar dissimular e disfarçar e esconder
O que não dá mais pra ocultar e eu não quero mais calar
Já que o brilho desse olhar foi traidor
E entregou o que você tentou conter
O que você não quis desabafar

Chega de temer, chorar, sofrer, sorrir, se dar
E se perder e se achar e tudo aquilo que é viver
Eu quero mais é me abrir e que essa vida entre assim
Como se fosse o sol desvirginando a madrugada
Quero sentir a dor desta manhã

Nascendo, rompendo, tomando, rasgando meu corpo e então eu
Chorando, gostando, sofrendo, adorando, gritando
Feito louca, alucinada e criança
Eu quero o meu amor se derramando
Não dá mais pra segurar explode coração.

Fecha.}

(Cenário 1: O marido de Glorinha continua ao telefone.)

--- Você não sabe da maior, meu velho. Uma dia destes dei uma de Sherlock Holmes. Segui minha mulher e a vi entrando numa bela casa na avenida Eucaliptos. Ela e as viúvas. Eureca!!! Bingo!!! Passei a tarde de campana, até que ela e as viúvas deixaram a casa e cada uma seguiu seu rumo. O caseiro, um velhinho de jeito muito bom, ficou no portão até que todas se fossem. É com ele que eu vou saber das coisas, pensei comigo. Cheguei antes que ele fechasse o portão. Boa tarde, boa tarde, fui falando e chegando. Minha irmã já foi? Menti: minha irmã é a dona Glorinha. Ela ficou viúva. Pobres viúvas.
Mas, a dona Glorinha não é viúva, ele respondeu.
Mas está querendo ficar, retruquei. O senhor, não ouviu por acaso a conversa dela com as amigas?
Aqui, eu só ouço a reza delas, ele respondeu. Todas vêm rezar pelos falecidos. Só na hora do chá é que falam outras coisas. Mas eu não sou de ficar ouvindo, que não é coisa de bem para um homem da minha idade. O que eu posso dizer é que na hora da reza, desce o espírito de um marido falecido, sempre desce, e vem bravo. Então, as donas acalmam o coitado e dizem que está tudo bem e que o mundo está mudando muito, por isso que é preciso se enfeitar, mudar a cara também, porque mulher que passa dos sessenta, passa e não volta e não adianta passar mais nada. E o mundo não aceita mulher mal passada. Aí todas pedem luz para o falecido, rezam e então o espírito descansa em paz. É assim.

(Cenário 2: As nove mulheres --- as oito viúvas e Glorinha --- continuam a cantar em uníssono Explode Coração.
...Nascendo, rompendo, tomando, rasgando meu corpo e então eu
Chorando, gostando, sofrendo, adorando, gritando
Feito louca, alucinada e criança
Eu quero o meu amor se derramando
Não dá mais pra segurar explode coração.)

(Cenário 1: O marido de Glorinha continua ao telefone.)

--- Você quer saber seu conheço bem as viúvas amigas de minha mulher?
Não muito.
Algumas eu vi pela primeira vez nos tempos de moça.
Agora nenhuma delas confere mais com o original.
As bundas e os seios ou murcharam ou ficaram moles ou se enrijeceram com silicone.
Hen? Eu estou sendo cruel? Você quer saber da alma e não do corpo?
Mas, qual é o homem que conhece a alma de uma mulher?

Mulher a gente define pelo corpo, meu velho.
No homem, é a alma que faz o corpo. Na mulher, é o corpo que faz a alma. Exatamente por isso, mulher quando ainda é bonita procura homem e nem liga pra Deus. Mas, quando fica velha e feia, ahhh... Por que as igrejas ficam cheias de velhinhas? Por que? Diga! Com a feiúra do corpo a alma entra no lugar querendo ser a mais bonita diante de Deus.
Ai, que não vejo a hora de minha mulher ficar bem velhinha, muito mais alma que corpo, e eu, velhinho também, caminhar a seu lado, bem devagarzinho, para o mundo não acabar depressa. Mas, ela e suas amigas estão naquela idade em que a saudade é sempre de alguma coisa que ainda se pode pegar. E esse é o ponto crítico da vida, porque é uma linha muito tênue que nos separa do absurdo e do ridículo.

(Cenário 2: As nove mulheres --- as oito viúvas e Glorinha --- mexem coisas num grande caldeirão, como se fosse um ritual de bruxas, enquanto continuam a cantar Explode Coração.)

(Cenário 1: O marido de Glorinha continua ao telefone.)

--- Você não sabe o que aconteceu meu velho amigo. Anteontem à noite, minha mulher me surpreendeu com um convite.
Querido, você gosta de paella? Ela sabe que eu adoro paella.
Minhas amigas --- ela continuou ---estão preparando uma paella para um jantar muito especial e você é o único homem convidado.
Como eu poderia ficar feliz com o convite?
É minha morte. Não é paranóia, não.
Basta jogar uma porção de arsênico e pronto.
Quem é que vai descobrir arsênico no meio daquelas coisas da paella? Arroz, açafrão, pimentão, carne, camarão, polvo, lula, mexilhão. Causa mortis: intoxicação alimentar. Você sabe que o arsênico mata como se fosse uma doença e é difícil diagnosticar envenenamento. O cara fica cansado, letárgico, deprimido. Vem diarréia, enjôo, perda de peso, de cabelos, tudo para o medico diagnosticar tudo, menos envenenamento. Então, chega a morte. Assim de mansinho.
Estou tão chateado com tudo isso que acho que vou aceitar o convite para morrer.
Tratamento, eu? Um psiquiatra? Você precisa muito mais, meu velho. Quem é que fica sublimando tudo? O pior cego é aquele que não quer ver. Eu estou na real, você não, ainda parece aquele mesmo adolescente que escrevia versinhos para as mulheres do La Licorne, elas que gostavam mais de ler notas de dólar.
Quer saber? Vou ao jantar. E que seja o belo jantar da minha morte.
Haverá velas brancas e amarelas acesas em castiçais próximos da mesa. Nada a ver compaella. Muito a ver com minha morte.
As velas vão me piscar do além e me lamber de longe e eu não vou me importar. Morrerei depois da paella com toda a minha dignidade e plena certeza de que tudo valeu a pena mesmo com minha alma pequena. Ai, que frase horrivel!
Nos brindes antes do jantar, taças com Abadal Cabernet serão erguidas e a dona da casa pedirá a palavra.
Respirarei fundo para não extravasar minha raiva diante daquele sorriso que será um traço sutil de descaramento e cinismo. Sorrirei, também. Mas, na verdade eu já estarei meio morto de ódio. Malditaaassss!!!

(Cenário 3: Mesa de jantar magnificamente arrumada para o jantar. Ele, sentado à cabeceira da mesa, como convidado especial, olha desconfiado e um pouco assustado para a mulher e as amigas, todas com roupas elegantes. A anfitriã se ergue e inicia um discurso.)
Anfitriã: A razão deste jantar é que estamos preocupadas com você, muito preocupadas mesmo. Você sabe muito bem que o cigarro mata!
Marido: Arsênico, também.
Anfitriã: Como???

Marido: Esquece...
Anfitriã: Queremos que você deixe o cigarro e viva mais. Cinco de nós perderam o marido para o cigarro. Cinco. Só uma acha que não foi o cigarro.
Uma das víuvas interfere: Conta pra ele, conta...
Anfitriã: Bem... A secretária levou a culpa... Mas, aquele cigarro depois é que provocou o enfarte. Tinha até buraco no colchão. Meu falecido marido viu as fotos da Polícia, as fotos estavam junto com a calcinha que a secretária esqueceu na fuga desesperada do motel.
Marido: (ri nervosamente, um riso sem nexo).
Anfitriã: Peço licença à minha grande amiga Glorinha para dizer que você é neste momento o único homem de nossas vidas.
Glorinha (emocionada): O único homem...
Anfitriã: Por favor, pare de fumar.
Todas as mulheres em coro: Páre, Páre, Páre!!!
(As mulheres erguem-se ao mesmo e correm até ele para um grande abraço.

Fecham-se as cortinas. Logo depois, ele sai detrás das cortinas, num canto do palco, falando ao celular)
--- A maior paella, meu amigo... O vinho? Nem te conto... Eu sou o único homem num jantar de mulheres, perdido entre beijos e abraços. Estou me sentindo um sultão de Bagdá e se a Glorinha bobear vou ficar com todas ... Falta de ar? Que falta de ar, velho? Estou com o fôlego todo...Enfim, meu amigo, se nos próximos dias você por acaso reparar numa mesa de café com um homem cercado de mulheres por todos os lados, e se a soma das idades dessas mulheres der um total aproximado de uns seiscentos anos, pode ter certeza: o homem sou eu. Claro que não vou estar fumando. Desculpe, desculpe, mas eu tenho que voltar à mesa... Tcháuuu!!!! (despede-se também da platéia e volta para trás das cortinas)
FIM

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